A jornalista Gabriela Brandalise analisa biblicamente o comportamento autônomo da mulher contemporânea.
A mulher não é mais a mesma. Por causa de eventos históricos e sociais, ela passou por uma revolução de costumes. As primeiras mudanças começaram no século 20. Até 1932, no Brasil, as mulheres eram desconsideradas socialmente e sequer podiam votar. Por causa da Segunda Guerra Mundial, precisaram entrar no mercado de trabalho, já que todos os homens estavam em combate. Anos se passaram e, nos anos 60, vimos uma mulher mais autônoma, ganhando seu próprio dinheiro e pagando suas contas.
O resultado final é o que vemos hoje: mulheres independentes, donas de uma carreira de sucesso, algumas até masculinizadas devido à posição de decisão que ocupam, outras ainda femininas, mas crêem se bastar. Os dados provam. Uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada neste ano, mostra que elas são responsáveis por 25% dos domicílios no país. Continuam se casando, mas ao se verem infelizes, pedem o divórcio: 72% das separações não consensuais partiram delas. É como se dissessem: "Não precisamos de alguém para prover o lar. Evoluímos". Mas será que esta transformação pode ser considerada uma evolução?
A família é uma das criações perfeitas do Senhor. Eras se passaram, muita coisa mudou no mundo e as mais diferentes culturas do planeta sofreram transformações ao longo da história, mas os seres humanos continuam formando famílias. É a base da sociedade. Por isso, o diabo tenta destruí-la. O inimigo sabe que, distorcendo os papéis de homem e mulher, estará condenando o povo à morte. E joga pesado para conseguir concretizar seus planos.
Com o tempo, de forma bastante inteligente, satanás foi trabalhando e enraizando na sociedade uma cultura "moderna", em que a mulher completa é aquela que consegue viver feliz sem homem nenhum, cuidando de si mesma e/ou dos filhos deixados por casamentos fracassados. Tanto que se tornou comum mulheres liderarem os lares, substituindo os provedores. São profissionais bem-sucedidas, ocupam cargos de chefia e têm uma vida financeira satisfatória. Competitivas, dentro de empresas deixam os homens para trás, coordenam equipes e dão ordens.
A postura foi transferida para o lar. Homens agora ficam em casa cuidando dos filhos enquanto as mulheres vão trabalhar. Em entrevista a uma revista de circulação nacional, a vereadora de São Paulo e comentarista esportiva Soninha Francine, de 39 anos, contou que enquanto ela sai para trabalhar o marido cuida da filha pequena do casal. No casamento, segundo a revista, ela toma as decisões e o esposo as coloca em prática. Antes de contratarem uma empregada, ele cozinhava, lavava a louça e arrumava as camas. O caso de Soninha não é o único. Muitas mulheres incorporaram o modelo.
À luz da Bíblia, percebemos que a realidade que as mulheres vivem hoje é, na verdade, um desvio do que Deus pensou para seu povo. É uma inversão de papéis. A Palavra nos fala em Efésios 5:22-23: "Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo". Foi Deus quem criou a família. Portanto, é o único com autoridade para decidir como ela deve funcionar. Sendo assim, o homem tem uma missão e a mulher uma submissão.
Por alguns instantes, vendo essa população feminina trabalhando e liderando os lares, temos a impressão de que essa fórmula funciona. Aparentemente, as mulheres são fortes, guerreiras, adaptam-se a qualquer dificuldade. Isso não é mentira. Elas realmente possuem essas características. Mas não foram feitas para levarem uma vida inteira assim, sozinhas. A grande verdade é que as mulheres não têm estrutura psicológica para serem "o cabeça". Por um tempo, até sustentam este novo estilo de vida, mas tendem a sucumbir. Não por serem fracas, mas porque estão cumprindo obrigações que foram expressamente dadas por Deus ao homem.
As conseqüências, nitidamente, não são poucas. Mulheres enfurnadas em psicólogos em busca de uma identidade, com lacunas afetivas, moídas por diversos relacionamentos danosos e mentalmente cansadas. Podem se tornar mais amargas, fechadas, enxergando os homens como estorvos. Por outro lado, algumas se acostumam à vida independente e não conseguem mais estabelecer compromisso. Pulam de um namoro para outro - promiscuidade.
Os homens também são afetados. Hoje, há uma dificuldade para se encontrar homens que sabem quem são, cientes do seu propósito, firmes no seu papel de líderes do lar. O desempenho deles no dia-a-dia, segundo a Palavra de Deus, é de dedicação à sua esposa e à sua família. Efésios 5:25 mostra bem isso: "Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela". Morrer pela esposa se for preciso, é isso que a Palavra nos diz.
Ao contrário do que a Bíblia fala, aumenta cada vez mais o número de homens fracos, ausentes, medrosos ou inseguros na hora de tomar a iniciativa. Essa fraqueza é reforçada quando eles se deparam com mulheres "machonas", que não têm medo de nada e que, à primeira vista, são auto-suficientes e se impõem como fêmeas quase impossíveis de serem conquistadas. Foi o que o diabo fez e está fazendo. Trocando papéis e deturpando a identidade do povo de Deus. Mudando o conceito de família. Convencendo a sociedade de que submissão é quando uma mulher se sujeita aos caprichos de um marido opressor, se anula e morre como uma planta dentro de casa.
Precisamos abrir os olhos e atentar ao que Deus quer de nós. Ao nos aproximarmos do Pai, Ele se revela e, ao mesmo tempo, faz-nos enxergar com clareza do que é que somos feitos. Deus nos coloca em frente a um espelho para que vejamos nossas limitações, fraquezas, mesquinharias e falhas de caráter. Deus traz tudo à tona porque o padrão dEle é luz. Ele abre o ralo e tira toda a sujeira de lá de dentro.
A partir do momento em que Deus te mostra quem você é, Ele te detalha em que tipo de pessoa quer te transformar e em quem você pode se tornar através do Espírito Santo. Porque o Pai, além de nos amar, enxerga potencial em nós. Quer transformar todo o caos em bênção. Para isso, começa a tratar. Deus sabe que o enfrentamento de obstáculos é um meio de nos revelarmos a nós mesmos. É no lodo que entendemos que não somos nada.
Deus reconstrói nosso caráter porque quer nos dar uma identidade. E esse novo perfil começa a ser moldado através da oração e da leitura da Palavra, que é transformadora. Creia e entregue a Ele. O Espírito Santo, e somente Ele, pode fazer de você um homem ou uma mulher saudável, que caminha no centro da vontade perfeita do Pai.
Gabriela Brandalise
Jornalista e colunista do jornal jovem da 3ª Igreja do Evangelho Quadrangular de Curitiba (PR).
* Este artigo foi escrito tendo como ponto de partida a matéria O jeito feminino alfa (01/02/07), de Maíra Termero e Giovana Romani.
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