quinta-feira, 18 de maio de 2017

Sexo no Casamento: Iniciativa de Quem?

Interessante como na atualidade uma simples busca na internet pode indicar coisas muito relevantes. Por exemplo, em estudos para casais cristãos tem se notado uma tendência intrigante: discussões sobre sexo tem convergido, frequentemente, para uma suposta responsabilidade do homem em suscitar e sustentar a prática da relação sexual, relegando aidentidade sexual feminina, igualmente volitiva e capaz de iniciativa e sedução, a um lugar passivo e secundário.


É interessante notar que, curiosamente, este movimento vai contra o processo histórico emancipador em que a mulher vêm rompendo com diversos preconceitos, tabus eopressões sexistas, muitas delas radicadas e praticadas por milênios no meio judaico-cristão1. E como sempre existiram ameaças retógradas dentro e fora da igreja, parece que a necessidade de sustentar as bases deste processo libertador da mulher na sociedade tem influenciado a percepção de muitos pastores e líderes de casais,  levando-os a impor ao homem, num outro tipo de sexismo, o papel de protagonista na cena sexual do casamento, o que é biblicamente inverossímil. Fato é que os ‘machos’ estão pagando a conta do egoísmo e ignorância de seus antepassados, assumindo uma responsabilidade maior naquilo que Deus dividiu igualmente entre os cônjuges.
A iniciativa e manutenção do ato conjugal não é responsabilidade exclusiva do marido, ou seja, biblicamente a prática não depende unicamente dele, como muitos estudos e pregações em encontros de casais apontam nas entrelinhas. A mulher  também é responsável por buscar a manutenção e a qualidade na prática sexual:“O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido.” (1 Co 7:3) Ninguém paga algo se não for devedor, e este pagamento somente ocorre quando há procura pelo credor. Ou seja, os dois estão em pé de igualdade tanto quanto à iniciativa como na atitude responsiva.

Mas antes de entrar na parte bíblica, convido o leitor a pensar como as mulheres de fora da igreja tem assumido uma postura sexual ativa e autônoma nunca antes vista. É verdade que tal liberação tem conduzido muitas delas ao fracasso da depravação moral, mas muitas têm reivindicado o direito do querer e da iniciativa2 e experimentado a plenitude da satisfação sexual com seus parceiros3. Desta forma, se se deseja defender os direitos das mulheres, torna-se paradoxal que elas sejam ensinadas a assumir uma postura de passividade, onde seu deleite sexual é reduzido apenas a uma responsabilidade ou recompensa que a elas compete oferecer de acordo com o comportamento de seus maridos. O resultado mais perigoso deste ensino é a falta da prática sexual, ou como decorrência do impasse sobre aquestão da iniciativa, ou pela abertura dada para a chantagem sexual, onde a mulher cai nopecado do egoísmo e o marido vira refém do próprio comportamento para que sua esposa pratique o ato conjugal. Isto tem levado diversos casamentos ao fracasso, como podemos verificar abaixo no trecho da mensagem do pastor Josué Gonçalves (a parte bíblica desta argumentação), mas é preciso ler pensando não somente no seu direito, mas igualmente no dever pela unidade do casal, compartilhando da mesma iniciativa em atender às necessidades do outro, alcançando assim  o direito de buscar também a satisfação própria.
(Editor do blog)


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A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce” (Pv 27.7).
Nenhuma outra causa tem levado homens e mulheres ao adultério, como a insatisfação sexual crônica. A Bíblia é muito clara quando diz que uma “alma satisfeita ou farta” despreza o favo de mel, ou seja, quando o marido e a esposa saem de casa com as necessidades da alma, inclusive sexual, satisfeitas, fica bem mais fácil resistir todas as possíveis tentações do maligno. Quando o homem e a mulher são infelizes sexualmente no casamento, os dois tornam-se presas fáceis do diabo. Paulo, o apóstolo, quando escreveu sua carta-resposta para a igreja que estava em Corinto, tratou deste assunto com muita preocupação, dizendo:
“Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (1 Co 7.2).
Ele também deixou claro que não basta ter uma mulher ou ela um homem, é necessário que os dois sejam felizes sexualmente, por isso ele insiste:
O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência.” (1 Co 7.3-5).
O que o sexo significa para o casal? Para o homem e a mulher o ato conjugal satisfaz o instinto sexual, aumenta o amor um pelo outro, reduz as tensões no lar e proporciona a mais íntima experiência da vida conjugal. A dúvida de muitos casais é: “Como praticar o ato sexual de forma que alcancemos a plenitude do prazer, segundo Deus planejou? Como satisfazer a alma?”.


Conselhos práticos que podem ajudar os casais:
1. Nunca seja egoísta, pense na realização do cônjuge (1 Co 7.2-5).
2. Elimine os complexos através da oração e da compreensão.
3. Lembre-se, o cansaço pode ser a causa do fracasso.
4. Desenvolva uma comunicação franca nesta área.
5. Procure não praticar o ato com a tensão de um problema.
6. Reserve tempo para o exercício do ato.
7. A privacidade do casal é de fundamental importância.
8. O asseio é uma necessidade de todos.
9. A preocupação com uma possível gravidez pode ser a causa da baixa qualidade da relação sexual.
10. Nunca se esqueça que o homem se excita pelo que vê, já a mulher, mais pelo que ouve.
11. Nunca tenha o sexo como obrigação, o ato conjugal deve ser espontâneo.
Lembre-se: o sexo é a música do matrimônio, quanto mais os músicos tocarem, mais habilidosos vão ficando. Meu conselho final é que os casais não devem parar de tocar a música da sexualidade no casamento, porque enquanto houver música, haverá alegria e vida conjugal plena. O Sexo não é tudo, mas a infelicidade sexual pode gerar um mau humor crônico que afetará todas as áreas da vida do casal.

Pastor Josué Gonçalves:

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