terça-feira, 15 de outubro de 2013

Razões (Bíblicas) Pelo Sexo - Parte 1

Autor(a): Pr. Davi Merkh

Seria difícil achar um assunto mais polêmico do que o sexo. Para alguns, "sexo" é um palavrão. Quanto menos se fala sobre o assunto, melhor. Esta "sexofobia" leva a atitudes não-saudáveis quanto ao sexo. Para outros, a própria palavra "sexo" é como ima: colocá-la na capa de uma revista ou em luzes de néon, e os olhos são atraídos naturalmente. Observando a nossa cultura, teríamos que concluir que somos "sexo-maníacos": preocupados com e absorvidos pela nossa sexualidade.
O sexo também gera controvérsias em círculos religiosos. Em algumas religiões, o sexo se justifica somente pela reprodução da espécie, quase se tornando algo sujo fora esta intenção. Historicamente, seitas e religiões pagãs têm feito do sexo uma parte integral de adoração aos deuses ou a um líder carismático. A igreja evangélica, apesar da sua teologia geralmente sã com respeito ao sexo, tem sofrido golpe após golpe justamente por causa da promiscuidade e imoralidade de alguns de seus líderes.
À luz desta polêmica e confusão, cabe a nós uma reflexão séria e bíblica com respeito ao sexo. O que a Bíblia ensina sobre o sexo? Especificamente, qual o propósito do sexo, e qual deve ser a atitude do cristão com respeito a sua sexualidade? Existem pelo menos quatro razões bíblicas pelo sexo:
1. O sexo existe para promover intimidade total (conhecimento mútuo) entre duas pessoas.
Não é por acaso que o texto bíblico se refere ao sexo quando diz que "Adão conheceu a Eva, e ela deu à luz um filho . . ." (cf. Gn 4:1, 25). Infelizmente, algumas Bíblias não mantêm este eufemismo, assim perdendo a riqueza da palavra "conheceu". O ato sexual é um evento em que duas pessoas se abrem totalmente uma para a outra, tornando-se totalmente vulneráveis, mas ao mesmo tempo dando continuidade a um processo de compreensão mútua.
Ao mesmo tempo, como muitos casais casados podem testemunhar, o bom andamento da vida sexual do casal exige um conhecimento mútuo cada vez maior. Muito mais do que um ato bestial e biológico, o sexo verdadeiro aos olhos de Deus é uma experiência que exige conhecimento íntimo, e que gera conhecimento mútuo. Por isso a vida sexual do casal deve crescer em significado e profundidade ao longo de um casamento. Não deve ser monótono ou cansativo, como alguns vendedores de sexo ilícito querem que acreditemos.
O "sexo livre" realmente barateia este aspecto da união física entre duas pessoas. Em vez de conhecimento mútuo e intimidade profunda, encontramos falsidade, hipocrisia, exploração e prostituição, produtos de sexo "animal" que não significa muito mais do que o coito de bichos.
Este é o problema também com contato físico precoce entre dois jovens, seja no "ficar" ou no namoro descuidado. Deus criou o homem e a mulher de tal forma que cada degrau na escada de intimidade física leve para o próximo. Intimidade física entre duas pessoas certamente tem seu lugar: no casamento (Hb 13:4)! Antes de firmar aliança, começar a subir a escada só pode resultar em uma de duas conseqüências: fornicação ou frustração. Isso porque Deus é quem fez a atração física. Dar um curto circuito no processo frustra; avançar até o topo perverte o propósito de sexo. Em ambos os casos o melhor remédio é abster de intimidades físicas até o casamento.
2. O sexo existe para o prazer e a satisfação de desejos profundos no ser humano.
Quando Adão foi criado, Deus lhe deu a tarefa de dar nomes para os animais. Sozinho, ele completou a tarefa, que mostrou-lhe um fato alarmante. Depois que todos os animais haviam desfilado na frente do homem, ele percebeu que todos tinham seus pares, "para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora idônea" (Gn 2:18). Por isso é que Deus falara "Não é bom que o homem esteja só . . ." .
É interessante notar que o homem não estava literalmente sozinho. Havia cachorros e gatos no Jardim com os quais podia manter algum tipo de companheirismo. O próprio Deus estava com ele, e iria andar com ele diariamente ao anoitecer. Mas eram relacionamento verticais-o homem acima dos animais, e Deus acima do homem. Não eram suficientes para suprir desejos bem mais profundos para um relacionamento horizontal de companheirismo. Deus deu ao homem alguém que fazia parte dele para desfrutar de intimidade e comunhão com ele, assim satisfazendo seus desejos mais profundos. O ato sexual é a consumação da satisfação e do prazer desta comunhão.

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